FAQs

01.
O que são as células estaminais?
As células representam a menor unidade de matéria viva do corpo humano. Cada indivíduo é formado por milhões de células organizadas em tecidos e órgãos. As células estaminais, também chamadas células mãe, têm a capacidade de dar origem às células especializadas, como por exemplo, células estaminais hematopoiéticas, as quais dão origem às células que circulam no sangue: eritrocitos, leucocitos e plaquetas. Como têm a capacidade de se diferenciar nos vários tipos de células, as células estaminais podem vir a reparar tecidos danificados e a substituir células que vão morrendo.
02.
Onde se encontram as células estaminais?
As células estaminais podem ser encontradas em várias partes do corpo. No entanto, existe um número limitado de locais dos quais podem ser recolhidas com segurança, são estes: a medula óssea, o sangue periférico, o tecido adiposo e o cordão umbilical. O cordão umbilical que tem duas particularidades adicionais – só é possível recolher as células estaminais no momento do parto e requerem sempre armazenamento.
03.
Porque são utilizadas células estaminais em Investigação?
A investigação com células estaminais é das áreas mais promissoras da medicina. Esta realidade é sublinhada pelas centenas de ensaios clínicos em curso com células estaminais de várias fontes, envolvendo milhares de doentes em todo o mundo, para o tratamento de um conjunto alargado de doenças (cardiovasculares, autoimunes, neurodegenerativas, etc.)
04.
As células estaminais já foram usadas com sucesso no tratamento de doenças?
As células estaminais constituem uma opção terapêutica que, atualmente, já foi utilizada no tratamento de mais de 90 doenças: oncológicas, hemoglobinopatias, metabólicas, imunodeficiências e deficiências medulares, entre outras.
05.
Qual é a probabilidade de uso das células estaminais?
De acordo com investigação recente, a probabilidade de uma pessoa , ao longo da sua vida, poder vir a fazer um transplante autólogo (com células do próprio) em algum dos tratamentos que atualmente se fazem com células estaminais hematopoiéticas é de cerca de 1:450. Por outro lado, a probabilidade de uma pessoa vir a precisar de um transplante hematopoiético autólogo ou alogénico (com células do próprio ou de um dador) ao longo da sua vida é de 1:200. Estas estimativas ainda não incluem as aplicações emergentes em áreas como a paralisia cerebral e a diabetes tipo 1. Estima-se que o progresso contínuo nos tratamentos médicos venha a aumentar em muito a probabilidade de uso das células estaminais do sangue do cordão umbilical ao longo da vida.
06.
As células estaminais podem ser utilizadas pelo próprio dador?
Em algumas situações clínicas o uso autólogo de células estaminais (células estaminais do próprio) não é recomendado. Quando por exemplo uma criança apresenta uma doença genética, como a anemia falciforme, não deverá usar as suas próprias células. Em alguns tipos de tumores, como algumas formas de leucemias que ocorrem nos primeiros anos de vida, o surgimento tão precoce de tal doença pode indicar uma componente genética da mesma. Por outro lado, para doenças adquiridas que não tenham uma componente genética, dispor de uma fonte de células estaminais autólogas “saudáveis” poderá ser útil. Já foi utilizado sangue do cordão umbilical autólogo em anemia aplástica adquirida e em tumores sólidos como neuroblastoma e retinoblastoma. O transplante autólogo com células estaminais do sangue do cordão umbilical tem a vantagem de não apresentar risco de doença do enxerto contra hospedeiro (um dos riscos mais graves após transplantação). As células do sangue do cordão umbilical apresentam um enorme potencial para serem usadas em medicina regenerativa e nestes casos as aplicações autólogos serão as preferenciais. Estima-se que no futuro um grande número de pessoas possa vir a beneficiar de aplicações das células estaminais na área da medicina regenerativa. Na área da medicina regenerativa a utilização de sangue do cordão umbilical autólogo em crianças com diabetes tipo 1 e paralisia cerebral (mais de 200 casos) tem contribuído para aumentar o número de aplicações.
07.
Quais são os critérios de rejeição para não guardar uma amostra de células estaminais do cordão umbilical?
08.
Conhece os centros de referência em Portugal para a utilização em tratamento das células estaminais?
Os centros de referência em Portugal para a utilização das células estaminais do cordão umbilical, são os IPOs do Porto e de Lisboa, bem como o Hospital de Santa Maria.
09.
Colheita ex-utero das células estaminais do cordão umbilical, sim ou não?
Ambos os métodos apresentam vantagens e desvantagens, no entanto, todos os bancos privados e praticamente todos os bancos públicos nos EUA e Europa fazem a colheita in utero. Esta colheita pode ser feita pelos profissionais de saúde, é fácil de aprender e realizar. A colheita ex utero requer que uma pessoa treinada vá, a seguir à expulsão da placenta, fazer a colheita de SCU. (Armson BA, et al. Umbilical Cord Blood: Counselling, Collection and Banking. J Obstet Gynaecol Can 2015;37(9):832–844.)
10.
Quantos transplantes com células estaminais do cordão umbilical foram feitos em Portugal?
De acordo com dados publicados pelo IPST (Instituto Português do Sangue e Transplantação), em Portugal entre 2002 e 2017, a par dos transplantes com células guardadas em bancos familiares, foram efetuados pelo menos 86 transplantes de sangue do cordão umbilical de bancos públicos.
11.
Qual a probabilidade de um adulto usar uma amostra de Células Estaminais de Sangue do Cordão Umbilical guardado?
As últimas estatísticas publicadas, baseadas num estudo científico, demonstram que a probabilidade de uma pessoa, até aos 70 anos, vir a necessitar das suas células estaminais para um transplante hematopoiético autólogo é de cerca de 1:400, enquanto a probabilidade acumulada de alguém vir a necessitar de um transplante com as suas próprias células - transplante autólogo - ou com células doadas por outra pessoa (e.g. de um irmão compatível) - transplante alogénico - é de cerca de 1:200. Este estudo baseia-se nas estimativas anuais de transplantes hematopoiéticos efetuados nos EUA, na incidência de doenças que requerem transplante hematopoiético e em dados demográficos dos EUA. Nietfeld JJ, et al. Lifetime probabilities of hematopoietic stem cell transplantation in the U.S.Biol Blood Marrow Transplant. 2008. 14(3):316-22.


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