As descobertas e desenvolvimentos na área das células estaminais têm contribuído para o aumento das expectativas da comunidade médica e científica, bem como da população em geral, em relação às potencialidades destas células. Muitos acreditam que num futuro próximo, a investigação nesta área poderá revolucionar o tratamento de muitas doenças até hoje sem tratamentos eficazes.
É geralmente na proveniência das células estaminais que reside a origem dos problemas éticos a elas associados.
As células estaminais podem obter-se a partir de tecidos adultos (células estaminais adultas), como o sangue e o tecido do cordão umbilical, a medula óssea ou o tecido adiposo, entre outras, ou de produtos de abortamento ou embriões excedentários (células estaminais embrionárias).
A grande diferença em termos práticos reside no facto de as células estaminais embrionárias poderem dar origem a qualquer tipo de tecido. Por serem muito primitivas e indiferenciadas, as células estaminais embrionárias têm assim maior potencial, quer proliferativo quer de diferenciação. O maior debate reside em torno dos embriões excedentários. A questão que se coloca é se é ético utilizar embriões humanos para investigação científica, mesmo que esta sirva para fins terapêuticos, ou para o tratamento de doenças não tratáveis de outra forma, dado que de qualquer dos modos, isso implica a destruição de embriões para a sua obtenção, com a consequente destruição de uma potencial vida humana.
As células estaminais do sangue e tecido do cordão umbilical, da placenta, do líquido amniótico e da membrana amniótica são consideradas células adultas por se obterem após o nascimento. Estas células também se designam por células estaminais neonatais, sendo obtidas a partir de tecidos que se não fossem aproveitados seriam descartados.
A utilização de células estaminais adultas tem assim uma grande vantagem, dado que não há nenhum problema de ordem ética ou moral para a utilização de células estaminais adultas, para fins terapêuticos.